XIV - Chega segunda feira ainda com o gostinho das comemorações dos dias anteriores, tomei o Rumo da Cidade do Rio de Janeiro, com dois objetivo, primeiro ir a um dos ponto dos compositores, que na época se concentravam na galeria 77 na final da Avenida Visconde do Rio Branco, em frente a praça Mahatma Gandhi (final da Cinelandia) ou na Avenida 13 de maio esquina com Almirante Barroso, próximo ao Teatro Municipal, afinal de contas eu era um compositor vencedor de samba enredo, e chegando a Galeria 77, la encontrei vários compositores de Escola de samba, como Anescarsinho, Geraldo Babão (compositor folclórico não só do Salgueiro como do mundo do samba), Gracinha e Paulo Negrão todos do Salgueiro. Dedé, Ary do Cavaco e Ary Guarda da Portela, Jurandir, Rubens da Mangueira, Otacilio e Darcy esse da Mangueira, Toco, Ney Vianna e Domenil, da Mocidade Independente de Padre Miguel e muitos outros ligado ou não ao mundo do samba. Nós nos concentrávamos ali de preferência por que no quinto andar do edifício daquela galeria funcionava a gravadora Odeon e por ali passava uma infinidade de cantores e era a oportunidade de conversarmos com os mesmos lhes mostrar as nossas musicas e também lhes entregar fitas para futuras gravações e nesse dia aconteceu um fato hilário; um mês antes o Cantor e compositor Roberto Ribeiro, que fazia muito sucesso naqueles tempos, havia passado naquele local e recolhido fitas de vários autores, já que estava organizando seu repertório para o próximo disco, entre as fitas foi lhe entregue uma de J. Canseira e Marimbondo, dois goza dores que quando tomavam umas e outras viviam dizendo que Roberto não ouvia as fitas que só gravava musicas de compositores do Império ou de amigos, apesar dos dois serem grandes amigos do mesmo, e assim resolveram armar para cima do cantor, gravaram uma fita na qual falava em toda a sua extensão dos dois lados, entabulando uma conversa entre os dois. Tipo assim: - Ai parceiro o Roberto Ribeiro nem vai ouvir essa fita e outro respondia - É amigão ele é mal carater só grava dos parceiro dele, e o outro - É ele é moleque mesmo, depois vem dizer pra gente que as musicas não estavam no espirito do disco e coisa e tal. e assim continuaram até acabar a fita. E por uma dessas ironia do destino, naquele dia Roberto Ribeiro passando pela Galeria, como bom amigo e parceiro que era, parou com a rapaziada e entrou no papo animado, certamente falando de musica, escola de samba, mulheres etc.etc.., foi quando de repente por traz da roda soou a voz forte e já arrastada de J. Canseira, - Como é Roberto já fechou o disco, já escolheu todas as musicas e Roberto simpático e sorridente lhe respondeu: - Já e certamente não tem nenhuma sua e nem do Marimbondo, você e seu parceiro me mandaram uma fita dizendo que eu só gravava compositores do Império e meus amigos, me esculhabaram durante toda a gravação, e olha que ouvi a fita toda na esperança que no final houvesse uma musica, apenas uma, e só ouvi sacanagem. J. Canseira virando-se para Marimbondo exclamou - I! parceiro o cara houve as fitas mesmo, perdemos nossa grande oportunidade todos caíram na gargalhada foi uma gozação geral pra cima dos dois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário