Memórias do compositor

Mania dos meus sonhos é buscar distância, e o sonho me leva ao Carnaval de 1977, quando estava eu na esquina da Rua: Coronel Gomes Machado com Visconde do Uruguai, esquina esta denominada esquina do Samba a espera do compositor Edson Mendes, que iria me leva a uma reunião na Viradouro para ingressar na Ala de compositores daquela Agremiação. E eu ali naquela espera... e de-repente me aparece o Sr. Ney Ferreira meu conhecido dos campos de futebol, que me indagou o que fazia ali aquelas horas, e ao lhe contar as minhas intenções o mesmo me pediu para lhe mostrar algumas de minhas obras, depois de observa-la, para minha surpresa disse- me, suas obras tem qualidade e eu não vou deixar você ir para a Viradouro, porque eu sou Presidente da Cubango, sou seu amigo e a Cubango precisa de você, e me levou na mesma hora para uma reunião da Ala de compositores da Cubango. Naquela ocasião a Escola já havia escolhido o samba enredo cujo o tema era Sapucáia Oroca. A convite do Diretor Geral de Carnaval Luiz Beleza, fui visitar o barracão da Escola que funcionava no Beltrão a minha empolgarão foi tanta que não parava de fazer perguntas a Luiz e a Floriano, carnavalesco da escola e virei frequentador assíduo do barracão, e o que mais me encantava era o carro denominado Palácio dos Desejos que corria águas pelas laterais. Eis que chega Domingo de Carnaval 09,00 hs da manhã e eu no barracão quando Luiz Beleza grita! Vamos tirar os carros para fora, e leva-los para a Avenida Amaral Peixoto. Naquela época empurradores eram só no desfile, quem levava os carros para a Avenida eram os diretores e alguns colaboradores como eu. Saímos da Beltrão, rua Santa Rosa, Largo do Marrão, chegamos a Marquês de Paraná, entramos na São João e nos concentramos na Av. Visconde do Rio Branco, para pegar o local de desfile Av. Amaral Peixoto sentido Barcas-Marquês do Paraná. Eu me lembro que vinha-mos cantando o samba pelas ruas, Eu, Eurides, Ney Ferreira, Luiz Beleza, Flavinho Dutra, Lenine, Miltinho do Bar (patrono da Escola na época) Clebinho e outros que não me lembro no momento. Mudamos a roupa e aguardamos na concentração o grande momento de desfilar, fizemos um desfile impecável, e logo depois do desfile voltamos a maratona de levar os carros de volta ao barracão se não me falha a memória com as mesma pessoas que levaram para a Avenida. Veio Quarta feira de Cinzas e nós lá cansados, ansiosos, esperançosos, mas na certeza do dever cumprido, veio as notas CUBANGO CAMPEÃO, lágrimas, abraços, sorrisos, festas a realização final por tantos esforços eu também era um Campeão. Nota: (Quase todas as pessoas que fizeram parte desta odisseia estão ai vivinho para confirmar que tudo foi realidade e não um sonho) continuarei a sonhar ou melhor recordar. Continua, aguardem....