XIII - Acabando a euforia da quadra rumamos para os ónibus em direção a Cachoeiras de Macacu, a alegria era tanta que muitas das vezes eu chegava as lágrimas, cantos, brincadeiras, gozações, mas o que mais se ouvia era o grito de "É campeão, é campeão é campeão", e assim foi nosso retorno simplesmente alucinante e triunfal, ao chegarmos a nossa cidade entre cinco e meia a seis horas daquela manhã de outono quando a claridade do raiar do dia vinha surgindo entre as grandes montanhas da serra do mar que se descortinava a nossa frente com suas majestosas matas verdejantes de uma beleza infinda e o vento me trazendo aquele perfume de capim molhado e o seu uivar chegando aos meus ouvidos como se a natureza estivesse me parabenizando, era um sonho sonhado de uma realização ímpar que parecia impossível e se tornou realidade. A medida que os torcedores iam descendo dos ónibus se organizavam em um grande bloco de empolgação, foram aparecendo peças de bateria, confetes, serpentinas e fogos de artifícios que explodiam naquela manhã radiante acordando os moradores que saiam para as ruas e se juntavam ao nosso bloco de carnaval, engrossando as nossas fileiras aumentando ainda mais nossa empolgação. E assim saimos pelas ruas da Cidade, sambando, cantando, sorrindo, chorando, comemorando um feito inédito não só para mim mais também para todo o povo de Cachoeiras de Macacu, num verdadeiro carnaval fora de época. Comemoramos a nossa vitória até o entardecer daquele sábado inesquecivel quando a exaustão foi tomando conta de todos e aos poucos fomos nos retirando para os nosso lares para um descanso merecido e eu na alegria de um vencedor com medo de ter sido tudo um sonho. Acordei no domingo com a imprenção ainda de que havia acordado de um devaneio lindo, foi ai que ao sair a rua para ir a padaria comprar o pão matinal é que ouvi aquela voz soar bem perto. - Parabéns campeão você mereceu. foi naquele momento que me dei conta que não havia sonhado eu realmente tinha vencido o samba enredo na Cubango. E mais tarde naquele domingo ensolarado ao sair a rua para um passeio eu notava que as pessoas passavam e me comprimentavam diferente, talvez fosse imprenção minha , mas notava em cada olhar um brilho de alegria como se todos fossem parceiros do samba, e pensando bem todos foram mais que parceiros, com toda aquela energia positiva era impossível não sair vencedor, e o mais gratificante foi ver que em cada esquina, nas praças, na Rodoviária, nos bares em cada canto da cidade fomavam grupinhos para comentar o feito da noite anterior e que se tornou um fato marcante para o povo do lugar na época.

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