XIX - O bom é que naquela época havia muita união entre compositores, diretores, e componentes de uma maneira geral, tanto é que após aquele desfile majestoso, nos reunimos no final da Avenida, junto aos carros alegóricos, já que fomos a ultima escola a desfilar, mandamos comprar algumas cervejas e ficamos ali tecendo comentários sobre o acontecimento do desfile até a parte da tarde, quando esgotou o assunto fomos levar os carros para o barracão da escola que ficava atraz do antigo Maveroy, perto do Moinho atlântico, no ginásio da antiga CEDAE, depois já exausto peguei o meu ônibus para Cachoeiras de Macacu onde passei o resto do Carnaval. Chega quanta-feira de cinzas, acordei cedo uma tremenda ansiedade veio me abraçar, me arrumei e desci para Niterói, para assistir a apuração que seria efetuada no Quartel do Décimo Segundo Batalhão de Policia Militar, ao chegar lá, encontrei o ginásio lotado nas arquibancadas um alvoroço, bandeiras, baterias de diversas escolas de samba em cada torcedor a gente sentia a ânsia, a expectativa do resultado favorável, era latente a manifestação de amor pelas suas bandeiras, me juntei ao pessoal da Cubango confiante de um bom resultado, eis que começa a contagem dos votos, nos quatros primeiros quesitos a Cubango e Viradouro vinha mantendo uma disputa ferrenha ambas com dez em cada quesito, eu ouvi bem quando o comunicador da Associação das Escolas de Samba de Niterói anunciou "O quinto quesito é samba enredo", me lembro que as escolas eram chamadas por ordem alfabéticas, ele começou Caçadores da Vila nota tal, Combinados do Amor, tal, Corações Unidos nota Tal, Cubango, deu uma pausa, foram segundos que parecia uma eternidade, meus neurônios parecia que iam explodir meu coração acelerou fazendo subir minha batida rítmica ao ouvir soar a voz que dizia Cubango dez nota dez, senti um alivio tão grande que parecia que um peso de uma tonelada teria saido de cima de mim, e naquele quesito a Viradouro perdeu o carnaval tirando 8,5, continuou a votação e a cada dez que a Cubango tirava, era uma explosão de alegria no final da contagem foi anunciado "Cubando Campeão do carnaval de 1978". Foi contagiante a euforia que tomou conta de toda a nação Cubanguense, abraços, choro, risos, gritos de é campeão, apareceu o mestre sala e porta bandeira da Cubango com seu pavilhão, peças de bateria e foi com muita alegria que eu vi Sororóca um eis goleiro e dos bons com suas esposa ele tocando cuica e ela no chocalho, foi se formando um grande bloco e saimos do quartel na Jasem de Mello pegamos Av. Feliciano Sodré, desembocamos na Alameda São Boa Ventura, subimos e descemos a 22 de Novembro cantando, sambando e paramos na Noronha Torrezão em frente ao terreno que hoje e a séde da Agremiação, ali encontramos com uma multidão incalculável comemoramos com fogos de artifícios e bebidas até não podermos mais, afinal de contas não é sempre que uma escola de samba se sagra tetra-campeã do Carnaval consecutivamente

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